Sebá- Mãe, o que você está pensando?
Mãe - Huuum, estou pensando agora que seu tênis é lindo. (mas na verdade eu estava pensando que os pés dele estão muito virados pra fora, talvez tenha que ver isso com o médico). E você, Sebá, tá pensando em que?
Sebá - Eu tô pensando... ... que quero morar com meu amigo José. E você, Ceci?
Ceci - Eu tô pensando em o que é que a gente diz quando alguém pergunta o que a gente tá pensando.
24.11.17
23.11.17
Nuvem-chão
- Mãe, eu queria deitar numa nuvem... ... mas a nuvem não aguenta, porque a nuvem é tipo tinta branca, por isso que ela não aguenta.
- Deve ser, filho.
- Só se for uma nuvem-chão.
- Deve ser, filho.
- Só se for uma nuvem-chão.
26.10.17
27.8.17
Segredo é segredo
- Mãe, eu tenho um segredo com a Ceci.
- Ai, me conta, também quero saber.
- Não posso, porque se eu contar o segredo desacaba.
- Ai, me conta, também quero saber.
- Não posso, porque se eu contar o segredo desacaba.
15.8.17
Deitados na rede da varanda, olhando pro céu
- Mãe, cadê a lua?
- A lua já está do outro lado do morro.
- E agora só têm as estrelas.
- Sim, têm muitas estrelinhas, o céu está limpo, olha!
- E tem o espaço, né?
- É, filho.
- As estrelas são do espaço?
- As estrelas estão no espaço.
- No espaço sideral?
- Sim, no espaço sideral.
- Mas o espaço sideral fica depois do espaço.
- O espaço sideral é infinito, filho.
- Mas o infinito é maior do que o espaço sideral, mãe. O infinito é grandão.
21.6.17
Os buracos da eternidade
Queria abrir os buracos quando eu desejasse, mas eles não se abrem quando eu quero, eles não me obedecem, eles
não são meus. Eu simplesmente caio neles, na maioria das vezes, quando estou
distraída. Faço muito esforço e caio sempre por acaso.
14.6.17
Os passos
Tomo um chá e vou ao cinema. No
caminho já sinto a estranheza. Pessoas se movendo em velocidades diferentes,
tudo carecendo de sentido. Hoje estou tentando fazer literatura com minha vida
e escrevo coisas canalhas. Mas não encontro nada nas palavras, que depois vou
ler e achar ridículo.
Por que o filme não começa?
Quero entrar logo num mundo que não é meu. Quero esquecer que minhas costas doem.
Quero ter alguma linearidade. Não viver mais nessas horas vagas, quero ter o que fazer, pra onde ir, quem encontrar.
Os passos são lentos e vem
uma vontade estrondosa de empurrar as coisas. Pra depois.
Os próximos passos. Os passos. As
próximas horas. As horas.
Todo o mundo fazendo o mesmo. Cavando, sem descanso, e contando com a sorte, com a fé, com o gênio, com os contatos.
Vou entrar no outro mundo pra ver se
acho um respiro para a vida daqui.
5.5.17
Sebá aos 4 anos
- Um dia vamos pescar um peixe pra comer? E eu quero também plantar uma planta e inventar uma invenção.
21.4.17
Inteligências
- Mamãe, esse é meu livro de ciências e paciências.
- Que ótimo, filho, duas coisas muito importantes para aprender.
- Eu vou fazer esse livro comigo mesmo, porque eu sou inteligente.
- Que ótimo, filho, duas coisas muito importantes para aprender.
- Eu vou fazer esse livro comigo mesmo, porque eu sou inteligente.
10.4.17
9.4.17
Questão de respeito
Sebá - Mamãe, guarda isso no meu ormário?
Ceci - Não é ormário, é ARmário.
Sebá - O seu é ARmário, Ceci. Mas o meu é ORmário. Cada um fala do jeito que quer, pô, tem que respeitar!
Ceci - Não é ormário, é ARmário.
Sebá - O seu é ARmário, Ceci. Mas o meu é ORmário. Cada um fala do jeito que quer, pô, tem que respeitar!
23.3.17
22.3.17
de 4 para 5
- Meu amigo Chicão disse que quando a gente tem 4 anos, já tem 5 anos.
- Que história é essa, Sebá?
- Quando a gente já está perto de fazer 5 anos, já tem 5 anos, entendeu?
- Mais ou menos.
- Eu já tenho 5 anos, porque já tem muito tempo que eu tenho 4 anos, entendeu mãe?
- Que história é essa, Sebá?
- Quando a gente já está perto de fazer 5 anos, já tem 5 anos, entendeu?
- Mais ou menos.
- Eu já tenho 5 anos, porque já tem muito tempo que eu tenho 4 anos, entendeu mãe?
20.3.17
Os números e o tempo
- Mãe, vai ser muito rápido até quando eu tiver 100 anos, né?
- Ah, ainda vai demorar muito, Sebá.
- Quando eu tiver 100 anos, você vai ter uns 30. Não, vai ter uns 9. Não! Você já vai ter morrido, né?
- É, aí já vou ter virado estrelinha.
- Não, mãe, mas só vira estrelinha depois que morre.
- É. Tá.
- O número que eu mais gosto é 20. E o que eu menos gosto é 7 e 16.
- Por que, Sebá?
- Porque 20 é mais grande. Mas não é mais grande do que cento.
- Maior.
- O número maior é infinito. (pausa) Mãe, qual o número mais alto? Cem, infinito, cento ou milhão?
- Ah, ainda vai demorar muito, Sebá.
- Quando eu tiver 100 anos, você vai ter uns 30. Não, vai ter uns 9. Não! Você já vai ter morrido, né?
- É, aí já vou ter virado estrelinha.
- Não, mãe, mas só vira estrelinha depois que morre.
- É. Tá.
- O número que eu mais gosto é 20. E o que eu menos gosto é 7 e 16.
- Por que, Sebá?
- Porque 20 é mais grande. Mas não é mais grande do que cento.
- Maior.
- O número maior é infinito. (pausa) Mãe, qual o número mais alto? Cem, infinito, cento ou milhão?
20.2.17
Carnaval tem todo ano
Eu digo que não estou animada.
Que esse ano quero silêncio e sossego.
Mas basta ouvir um batuque numa esquina qualquer,
que eu já me ofereço toda.
Que esse ano quero silêncio e sossego.
Mas basta ouvir um batuque numa esquina qualquer,
que eu já me ofereço toda.
17.2.17
A menor ideia
Mãe - Qual vai ser a historinha hoje?
Ceci- Não tenho a menor ideia.
Sebá- Eu tenho a menor ideia! Deixa que eu escolho.
Ceci- Não tenho a menor ideia.
Sebá- Eu tenho a menor ideia! Deixa que eu escolho.
13.2.17
Pinturar
- Sebá, o que você fez hoje no primeiro dia de aula?
- A gente jogou, desenhou e pinturou.
- Pinturou?
- É mãe, fazer pintura é pin-tu-rar. Não sabia não, é?
- A gente jogou, desenhou e pinturou.
- Pinturou?
- É mãe, fazer pintura é pin-tu-rar. Não sabia não, é?
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