23.3.17
22.3.17
de 4 para 5
- Meu amigo Chicão disse que quando a gente tem 4 anos, já tem 5 anos.
- Que história é essa, Sebá?
- Quando a gente já está perto de fazer 5 anos, já tem 5 anos, entendeu?
- Mais ou menos.
- Eu já tenho 5 anos, porque já tem muito tempo que eu tenho 4 anos, entendeu mãe?
- Que história é essa, Sebá?
- Quando a gente já está perto de fazer 5 anos, já tem 5 anos, entendeu?
- Mais ou menos.
- Eu já tenho 5 anos, porque já tem muito tempo que eu tenho 4 anos, entendeu mãe?
20.3.17
Os números e o tempo
- Mãe, vai ser muito rápido até quando eu tiver 100 anos, né?
- Ah, ainda vai demorar muito, Sebá.
- Quando eu tiver 100 anos, você vai ter uns 30. Não, vai ter uns 9. Não! Você já vai ter morrido, né?
- É, aí já vou ter virado estrelinha.
- Não, mãe, mas só vira estrelinha depois que morre.
- É. Tá.
- O número que eu mais gosto é 20. E o que eu menos gosto é 7 e 16.
- Por que, Sebá?
- Porque 20 é mais grande. Mas não é mais grande do que cento.
- Maior.
- O número maior é infinito. (pausa) Mãe, qual o número mais alto? Cem, infinito, cento ou milhão?
- Ah, ainda vai demorar muito, Sebá.
- Quando eu tiver 100 anos, você vai ter uns 30. Não, vai ter uns 9. Não! Você já vai ter morrido, né?
- É, aí já vou ter virado estrelinha.
- Não, mãe, mas só vira estrelinha depois que morre.
- É. Tá.
- O número que eu mais gosto é 20. E o que eu menos gosto é 7 e 16.
- Por que, Sebá?
- Porque 20 é mais grande. Mas não é mais grande do que cento.
- Maior.
- O número maior é infinito. (pausa) Mãe, qual o número mais alto? Cem, infinito, cento ou milhão?
20.2.17
Carnaval tem todo ano
Eu digo que não estou animada.
Que esse ano quero silêncio e sossego.
Mas basta ouvir um batuque numa esquina qualquer,
que eu já me ofereço toda.
Que esse ano quero silêncio e sossego.
Mas basta ouvir um batuque numa esquina qualquer,
que eu já me ofereço toda.
17.2.17
A menor ideia
Mãe - Qual vai ser a historinha hoje?
Ceci- Não tenho a menor ideia.
Sebá- Eu tenho a menor ideia! Deixa que eu escolho.
Ceci- Não tenho a menor ideia.
Sebá- Eu tenho a menor ideia! Deixa que eu escolho.
13.2.17
Pinturar
- Sebá, o que você fez hoje no primeiro dia de aula?
- A gente jogou, desenhou e pinturou.
- Pinturou?
- É mãe, fazer pintura é pin-tu-rar. Não sabia não, é?
- A gente jogou, desenhou e pinturou.
- Pinturou?
- É mãe, fazer pintura é pin-tu-rar. Não sabia não, é?
10.12.16
Conjugações contemporâneas
Eu acho
Tu acreditas
Ele curte
Nós temos mais de 100 likes
Vós odiais
Eles discordam
Tu acreditas
Ele curte
Nós temos mais de 100 likes
Vós odiais
Eles discordam
10.11.16
Comer Paris
Hoje: eu aqui sem imaginar o meu futuro. Querendo escrever o que ainda não sei. Olhando, esperando, pensando. A Torre Eiffel brilhando no meu lado esquerdo, ao longe. Tão clichê. Clichê é uma palavra francesa? Aqui se bebe muito vinho e se come muito bem. O frio me causa um certo desconforto. Estar com outras pessoas o tempo todo também.
Ontem: encontrei amigos. Não conhecia ninguém direito, mas são sempre as mesmas conversas. Sobre os outros.
Amanhã: ele está chegando. Amor, paixão, sexo e Paris. E eu cansada de olhar vitrines e pensar. De ver exposições e pensar. De consumir e pensar. Aproveitar Paris enquanto posso. Comprar Paris, comer Paris.
Ontem: encontrei amigos. Não conhecia ninguém direito, mas são sempre as mesmas conversas. Sobre os outros.
Amanhã: ele está chegando. Amor, paixão, sexo e Paris. E eu cansada de olhar vitrines e pensar. De ver exposições e pensar. De consumir e pensar. Aproveitar Paris enquanto posso. Comprar Paris, comer Paris.
10.9.16
16.8.16
Assim é
Quando estava grávida, nas minhas duas barrigas, percebia pessoas, muitas pessoas, olhando pra mim com um certo desprezo (cuidadosamente escondido) e dizendo nas entrelinhas uma espécie de "coitada, vai acabar com a carreira" ou vai "atrapalhar a vida profissional" ou ainda, "para uma atriz é mais difícil, muda o corpo, muda tudo". E eu também estava cheia de dúvidas e conflitos (porque ficar grávida não é chegar no paraíso), apesar de ter desejado muito ser mãe. Eu tinha medo de "perder minha liberdade", de não viver mais a vida-lôka que eu tanto gostava, de me afastar dos amigos, de não ser capaz de cuidar, de não ter o dinheiro necessário, tive muito medo de perder oportunidades de trabalho, de viagens, etc, etc, etc. Curiosamente, também vejo o mesmo tipo de desprezo dirigido às mulheres que chegam aos 35, 40 e, por algum motivo ou desejo, não têm filhos. "Coitada, vai ficar sozinha na vida", "nunca vai saber o que é o verdadeiro amor", "não consegue", "deve ter algum problema", e por aí vai. Há cobranças peçonhentas por todo lado. E a vida mudando sempre, com ou sem filhos, porque assim é. A vida passa. Uma coisa eu aprendi: liberdade, a gente cria. E vida, a gente inventa. Tudo é criação.
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