Em 2005, passei um mês na Índia. Não foi nenhuma jornada espiritual, fui só passear. No entanto, durante a viagem, mochilando de um canto para outro, eu sentia uma sensação constante de que máscaras caíam do meu rosto. Eu achava que ia ficar sem rosto, mas aí percebia que era só mais uma máscara caindo. De início foi perturbador, mas depois de uns dias passei a gostar da sensação e a me divertir com isso. As máscaras não paravam de cair, eram muitas! Até que houve um momento, num ônibus entupido de gente, um calor absurdo, que eu consegui sentir o meu próprio rosto. Depois de muito esforço e algum mal humor, consegui colocar minha mochila no chão e me sentei. Estava na última fila de cadeiras. Nesse instante, por um instante, um imenso bem estar, assim do nada, tomou conta de mim. Eu me senti muito feliz. Estava numa rodoviária, no interior da India, nenhum turista andava por ali, só havia indianos. Eles olhavam pra trás e sorriam, provavelmente se perguntando o que que a gente estava fazendo ali. E foi através dos olhos daqueles indianos desconhecidos que eu vi meu rosto, sem máscara alguma.
É claro que esse instante passou e as máscaras foram grudando de novo.
Mas que eu vi, ah! eu vi!
2 comentários:
"Eu queria fazer um espetáculo que levasse a platéia as lágrimas"
Te amo, linda!
Máscaras me Mordam, Batgilrl!!!!!
Sou sugada por uma delas e nela me inverti...Estou ou contrário d'eu...
...ue"d oirártnoc
Eu & uE
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